quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A Angustia

angustia2

E o sol que
assola
o solo e
enche de vida
onde a morte
perpetua
seca a lágrima
que escorre
da ferida
aberta na carne
chagas, cancro
sífilis, gonorreia
o abraço quente
eviscera-me


a dor
o sofrimento
Ah!

o sangue
esse que já não
mais infla
minhas veias
agora apenas a sânie
que percorre
por toda a
extensão
e um corvo atento
fica, em sua
magnitude
tão belo o negro
de si, empoleirado
o bico sedento
espera paciente
ao corpo que
definha
lentamente
e enche de vida
os abutres
carniceiros
os insetos
toda repugnância
que me devora
e apenas assisto
com olhos fechados
mas aberto para dentro
as larvas que brotam
de minhas entranhas
Ah como é belo!
mais um animal
que se aproxima
e abocanha
desfruta
do pedaço de carne
que ainda
me restava
da face
que agora
jaz desfigurada
E como vão me
reconhecer
pergunto
e sinto novamente
aquele bafo pútrido
que se aproxima
espero
         e espero
angustiado...

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