sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Outubro no Entardecer

floresta negra

contra o meu peito
ferrenho pesadelo
que me devora
e devora
e devora
não mais quieto
como outrora
agora aos saltos
a bebericar do
veneno
que brota
das incertezas
das dúvidas
do medo

recita os versos
oh! fúnebre devoção
onde foi me largar
me abandonar
maldição
          eu exclamo

aqui, agora
como um açoitado
clamando pela purgação
e no mesmo instante
que clamo
e clamo pela absolvição,
estou

me negarei a isso
tratarei de mim
de minha doença
cuidarei.
não mais choros
haverá
nem nessas cavidades
as lágrimas
inundará,
escorrerá,
correrá

oh! fúnebre devoção
onde foi me largar
me abandonar
maldição
          eu exclamo

faz de mim, um
sedento vil
um chafariz de
lodo e lama
e da doença
desfruta de minha
insolência
em sua
escrota
pungência

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