domingo, 23 de outubro de 2011

Alvorada

Alvorecer

em seus olhos que ausentes estão
o sóbrio que outrora assisti
em meio ao negro do meio-dia
temo que não mais verei em ti

da sofreguidão que jaz me causa
eu que ao encosto, me apoio
tenho o peito ardido, latejando
lacrimejando enquanto ti, repousa

canta-me! encanta-me novamente
com a velha canção de ninar, onde até
aos anjos caídos, se enobrece
e aos seus pés, agora jaz

Ah querida! lhe suplico, oh minha amada!
não vá ante soar a última nota, pois
vedes que a mim, a negritude possuirá
e que aos prantos, eu há de definhar.

não vá, oh minha amada!
ante soar a última nota
e desse que sofre, ao canto,
por completo vencido está
no alvorecer desta enferma década
eu, como ti, irei repousar.

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