sábado, 15 de outubro de 2011

Ao Nevoeiro de um amanhecer

atonement[1]

e o que farei,
quando não mais
negra será?
quando não mais do bafo
terei?
o véu
quando não mais do véu
de cetim, a encobrir?
e do sorriso amarelo, ter?

o que farei?
o que terei?

quando não mais
a noite
envolver os meus dias?
quando da manhã
cheia de vida
estiver?
quando do campo reluzir
o rosado
das rosas?
quando do perfume
exalado
haver?

oh céus!
o que farei?
o que terei?

o que serei?

o que irá de ser
desse que
se perderá
se embriagará
e não mais lutará
contra o que ao peito
se alastrará?

se alastrará
igual ao fogo
que no capim
seco, do sertão
do campo, se vê
e da ânsia
a faminta ânsia
que devora
e faz vitimas
que desdenha de quem
e como
e como escravo
assim irá me ter

o que será?

oh céus!
o que irá ser
de mim?

Um comentário:

  1. O que será que será, que dá dentro do peito que não devia, que desacata a gente que rebelia... Eicha, o que será que acontece com a guria, pareceu uma moça escrevendo, gostei disso, foi intencional ou não?

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