Na cidade vazia
O vento sopra inquieto
Folhas secas rolam ao vento
Ratos roem fadigados
A sola do pé do lazarento
Na cidade vazia
Não há muro, nem escola
Só há a igreja e seu velório
Na cidade vazia
Não há polícia, nem milícia
Não há política, nem sandice
Não há noite, nem o dia
Nessa cidade vazia…
Na cidade vazia
Não há fronteira, nem estado
Nem néscio, convém chama-lo
Aquele pobre solitário
Que ao centro
Acaba de ser inocentado
Na cidade vazia
Não se ouvem gritos
Nem sussurros
Nem múrmuros
Atrás daqueles muros
Na cidade vazia
Vazia ela não é
Nem cidade é
Na cidade vazia
Utópica deve ser
Contraditória também
Na cidade vazia
Saltam-se,
Festejam-se,
Amam-se,
Todos
Reaprendo a viver
Na cidade vazia
Na cidade vazia
Assim deve ser…
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